29.11.08

A PERSONALIDADE

A Personalidade Todas as formas, em si mesmas, não são expressões de uma personalidade. Para assegurar isto, três tipos de energia precisam estar presentes – três tipos, fundidos, misturados e coordenados em um organismo funcionante. Uma personalidade é, portanto, uma fusão da energia mental, da energia emocional e da força vital, e estas três estão mascaradas, ocultas ou reveladas (observem esta terminologia) por uma concha externa ou forma de matéria física densa. Esta crosta externa é em si mesma uma forma de energia negativa. O resultado desta união de três energias em uma forma objetiva é a consciência-própria. Sua fusão produz aquele sentido de individualidade que justifica o uso da palavra "eu" e que relaciona todas as ocorrências a um ego. Onde esta entidade central consciente existe, utilizando a mente, reagindo sensorialmente através do corpo emocional e energizando o físico denso (via o corpo vital) então existe uma personalidade. É a existência autoconsciente na forma. É a consciência da identidade em relação às outras identidades e isto é igualmente verdadeiro de Deus ou do homem. É um senso de identidade, todavia, que persiste somente durante o processo criador e por tanto tempo quanto o aspecto matéria e o aspecto consciência apresentem a eterna dualidade da natureza. Em nosso desenvolvimento evolutivo ela não é conscientizada nas formas subumanas; ela é conscientizada no reino humano e é conscientizada mas fundida e negada pelas formas e consciências maiores a que nós chamamos de super-humanas. A personalidade é aquele estado de percepção que tem seu fator condicionante na matéria mental, mas isto pode ser transcendido quando aquela matéria mental não controlar mais. Como a matéria mental individual é uma parte integral da Mente Universal, e como o princípio da mente está inerente em todas as formas, o senso de individualidade e de consciência de si mesmo é sempre eternamente possível. Nos estados superiores de consciência ela é, todavia, finalmente relegada a uma posição subordinada. Deus, por exemplo, pode sempre e eternamente estar consciente daquela realidade que constitui o eu e que governa a integridade do sistema solar e do intercâmbio solar com outros sistemas, mas a consciência da divindade e a consciência da Deidade solar não se ocupam primariamente com o eu. Aquilo - como um resultado de períodos e experiências mundiais passadas - fica sob o umbral da consciência divina e se tornou tanto uma parte da natureza instintiva cósmica como são quaisquer dos atributos humanos instintivos. O foco da Atenção Eterna (se é que eu posso usar uma expressão tão não usual onde as palavras são quase necessariamente inúteis!) fica nos reinos da consciência além de nossa compreensão. Eles se situam tanto além de nosso conhecimento quanto a consciência de um Mestre da Sabedoria além do conhecimento de uma formiga ou de um camundongo. É, portanto, infrutífero para nós nos ocuparmos com isso. Para nós há uma realização da personalidade, ou de um pleno registro ou percepção do eu imanente; existe então o uso daquela personalidade e seu sacrifício, finalmente, pelo bem do grupo, com um conseqüente mergulho do eu no Eu Uno e a fusão da alma individual (consciente e voluntariamente) na Superalma. "Eu Sou" - o grito de todo ser humano! "Eu Sou Aquilo", o grito de toda personalidade, que conscientiza seu eu e usa sua personalidade para expressar a vontade da entidade que a habita, a verdadeira pessoa. "Eu sou aquele Eu Sou" - o grito da alma individual ao se perder no todo e conscientiza sua unidade com a alma ou o eu de tudo. As características do indivíduo que está começando a funcionar como uma personalidade poderiam ser brevemente enumeradas da maneira seguinte: Elas são simples e claras e proeminentemente egoístas. Não nos esqueçamos que no passo primitivo no caminho para o eu é inevitável o egoísmo. Lembremos igualmente que o obstáculo primário para a personalidade avançada e altamente evoluída é o eu, ou prolongamento da atitude egoísta. As características portanto são, em sua seqüência de desenvolvimento, as seguintes: 1- A capacidade de dizer Eu sou, Eu desejo, Eu aspiro, Eu quero. 2- A consciência de estar no centro do próprio pequenino universo "Em torno de mim os Céus se movem e as estrelas em seus cursos evoluem" é o moto desta etapa. 3- Uma sensação de drama e a capacidade de visualizar-se como o centro do próprio ambiente. 4- O sentimento de responsabilidade e a aptidão de considerar os membros da família humana circunstante como dependentes de nós. 5- O sentimento de importância - o resultado do acima. Isto se demonstra em poder e influência onde há uma entidade real e firmemente despertando por trás da "persona" e em espalhafato e bombástica onde uma pequena criatura egoísta funciona. 6- O poder de usar o equipamento inteiro de modo que a mente e o cérebro funcionem sincronicamente e a natureza emocional é assim subordinada, inibida ou controlada. Isto envolve o firme crescimento do poder de usar o pensamento. 7- Capacidade de viver uma vida coordenada de modo que o homem inteiro funcione e seja guiado pelo propósito (expressando a energia da vontade), pelo desejo (expressando a energia da natureza emocional ou psíquica) e pela vitalidade que impulsiona o veículo físico para o alinhamento com o propósito e o desejo. 8- Poder para influenciar, sacudir, guiar e sustentar outros dentro do alcance do propósito e desejo individuais. Quando esta etapa tiver sido alcançada, as três energias que constituem uma personalidade ter-se-ão fundido com êxito e o mecanismo ou instrumento do eu encarnado se torna um instrumento útil e valioso. O homem fica uma personalidade potente e se torna o centro de um grupo; ele se descobre como um ponto focal para outras vidas e é um indivíduo magnético influente, sacudindo outros, coordenando unidades humanas em grupos e organismos. Ele se torna o líder de organizações e de partidos, de corpos políticos e religiosos e, em alguns casos, de nações. Assim as personalidades dominantes chegam à existência e se encontram; elas descobrem a distinção entre o centro do poder, o eu, e o equipamento; elas finalmente se tornam conscientes da vocação em seu verdadeiro sentido do termo.

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