2.4.09

Obediência aos Impulsos da Alma

No Universo tudo é tríplice. Deus é uma trindade: Pai, Filho e Espírito Santo; o Homem também é tríplice, pois se compõe de Espírito, Alma e Corpo ou Mônada, Ego e Personalidade. Por sua vez, cada um desses três aspectos é tríplice. Assim, a Mônada possui três qualidades: a Vontade, o Amor e a Inteligência; o Ego tem três aspectos que são o reflexo dos três aspectos da Mônada (Atma, Budi e Manas) e a Personalidade é composta de três partes: o Corpo Mental, o Corpo Emocional e o corpo Físico-Etérico que, por sua vez refletem os três aspectos da Mônada e do Ego. É dito que a concentração é o único meio adequado e eficaz através do qual o aspirante pode alcançar o domínio da mente para poder usá-la na meditação como instrumento da Alma. Esse poder do pensamento em concentrar a consciência na cabeça produz a integração de todos os três veículos da personalidade, ou seja, o alinhamento dos três corpos inferiores. Na verdade, o alinhamento inferior é apenas uma preparação para o alinhamento superior, pois a energia da Alma não pode penetrar nos veículos pessoais se eles não estiverem serenos, harmonizados e em perfeita sintonia. Educada e eficiente, a mente começa a se tornar obediente à vontade da Alma. Porém esse estágio só é alcançado através da concentração e, depois, da meditação. Na prática da meditação, procuramos, através do alinhamento, nos conscientizar de nossa verdadeira Realidade – a Alma e construir, aos poucos, o canal de comunicação ( o antahkarana) entre o eu inferior (a personalidade) e o Eu Superior (a Alma). Meste Morya diz que: “Andar pelo caminho do alargamento da consciência significa construir incessantemente a ponte que nos liga ao Mundo Superior.” Sabemos que a personalidade não está separada da Alma; existe um “fio” (o sutratma) que liga os três veículos inferiores ao Ego ou Alma. Esse fio dourado de energia vem da Mônada à personalidade, através da Alma. Ao chegar ao corpo físico, ele divide-se em dois ramos: um se ancora no cérebro (na região da glândula pineal) e constitui o aspecto “consciência” da Alma; outro ramo desce até o coração e constitui o aspecto “energia”da Alma, porém não estamos ainda conscientes desse fato. A Sabedoria Oriental indica a meditação como sendo um técnica de natureza puramente mental, capaz de conduzir o indivíduo ao conhecimento da Alma e à iluminação. Certos passos devem ser seguidos, alguns estágios experimentados antes que o trabalho de emditação possa ser empreendido de forma correta. Através de séria disciplina e denodado esforço, o aspirante começa a rejeitar aqueles véus que encobrem a verdadeira Realidade. O conhecimento do Eu Divino e a plena convicção do fato da Imanência de Deus torna-se o objetivo da vida do aspirante. Ele descobre que pode caminhar com Deus e se torna consciente de ser um cidadão de um novo reino – o espiritual. À medida que este novo estado de ser se afirma dentro dele, o estudante se volta continuamente para o mundo interno afim de entrar em contato com estados de consciência sempre mais profundos. Uma vez estimulada, a Alma impulsiona a personalidade e esta prontamente começa a obedecer aos seus ditames. A partir de então, a personalidade submetida a um processo de reorientação tem como finalidade alcançar a realização espiritual tem como finalidade alcançar a realização espiritual ou a unificação com a Alma. Mestre Tibetano em “De Blém ao Calvário” diz: “A obediência ao mais elevado que conhecemos é uma regra muito simples de seguir, mas é o segredo do Caminho”. Porisso o aspirante deve prestar pronta obediência a todo e qualquer impulso que possa registrar, uma vez que esta atitude o conduzirá ao desapego, qualidade tão fundamental para o seu desenvolvimento espiritual. Saint Germain afirma que: “Quanto mais consciente se torna o aspirante do Poder Transcendente que está à sua disposição, mais o poder de sua vontade se intensifica”. As correspondências superiores dos poderes físicos, emocionais e mentais, assim como os poderes da Alma são postos em atividade pelo poder da meditação. Estes poderes desenvolvem-se naturalmente, à medida que o Cristo interno assume o controle dos seus corpos e os domina. Essa obediência ao Mestre interno foi chamado por Patânjali de “devoção a Ishvara”. A devoção, a obediência exige do aspirante uma capacidade crescente para descentralizar-se, isto é, retirar o foco de si meso e colocá-lo em direção ao Eu Verdadeiro. Em “Luz da Alma”, livro II, aforismo 1, Alice Bailey faz o seguinte comentário: “A obediência completa a qualquer guru ou mahatma (grande alma) no sentido da completa subjugação da vontade nunca é ensinada na verdadeira ciência da ioga. A subjugação do homem inferior à vontade do Deus interno é ensinada, e todos os métodos e regras da ioga conduzem a este fim específico. Isto deve ser cuidadosamente mantido em mente”. Para finalizar, Mestre Morya no livro "Hierarquia", nos itens 28 e 30, diz o seguinte sobre o assunto: 28. Maravilhoso é o pensamento de uma Fraternidade na Terra. Cada disciplina do espírito traz aspiração. Somente a vontade pode dar disciplina ao espírito. Mas quando o pensamento vagueia no egoísmo, então, verdadeiramente, não há canal para uma ação correta e vital. Assim, cada pensamento aplicado proporcionará crescimento ao espírito. Assim, cada pensamento aplicado de Tara e Guru proporcionará uma expansão de consciência. Assim, somente a cadeia de Hierarquia proporcionará a possibilidade de ascensão. A plena obediência leva à verdadeira criatividade, pois quando a obediência guia a ação, o poder aumenta e a confiança intensifica todas as forças. 30. O pensamento de obediência a um Mestre é estranho ao ser humano. Como poderá um espírito perder-se, quando o Mestre é o Farol condutor? Como pode o discípulo perder seu fogo, quando o Mestre acende todos os fogos? Como pode o Escudo do Mestre retardar alguém, quando o discípulo é ardentemente inspirado pelo Mestre? Assim, na consciência da humanidade habita somente um pequeno desejo de esforço para a cooperação mútua. Porém, a humanidade deve aprender a ação independente de realizar todos os pensamentos afirmados do Mestre. Assim, a Mente Cósmica alcança a evolução. Assim, a humanidade deve aprender a construir por caminhos elevados. Verdadei¬ramente, a imitação do Mestre significa a inclusão da Imagem do Mestre.

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