18.10.07


Qual o relacionamento que existe entre você e a miséria, entre você e a confusão, a que existe em você e ao seu redor ? Certamente essa confusão, essa desgraça, não se criou por sí própria. Você e eu a criamos; não foi uma sociedade capitalista ou socialista ou fascista, mas você e eu a criamos no nosso relacionamento um com o outro. O que você é interiormente tem sido projetado no exterior, no mundo; o que você é, o que você pensa e o que você sente, o que você faz na sua vida diária, tudo isso é projetado externamente, e isso constitui o mundo. Se somos desgraçados, confusos e caóticos no nosso interior, pela projeção, tudo isso vem a ser o mundo, a sociedade, porque o relacionamento entre você e eu, entre mim e um outro, é a sociedade - e se nosso relacionamento é confuso, egocêntrico, estreito, limitado, racional, nós projetamos isso e trazemos o caos para o mundo. O mundo é o que você é. Então o seu problema é problema do mundo. Certamente esse é um fato básico e simples, não é verdade ? No nosso relacionamento comum ou com muitos, parece que esquecemos sempre esse ponto. Queremos produzir alterações através de um sistema ou através de uma revolução de idéias e valores baseada num sistema, esquecendo que somos você e eu que criamos a sociedade, que produzimos a confusão ou a ordem, dependendo da forma como vivemos. Sendo assim, é preciso começar pelo que está perto, ou seja, devemos nos preocupar com a nossa existência diária, com os nossos pensamentos, ações e sentimentos diários, que se revelam na maneira pela qual ganhamos a vida e no nosso relacionamento com a idéias e as crenças. Isso é a nossa existência diária, não é ? Estamos preocupados em viver, em conseguir empregos, em ganhar dinheiro; estamos preocupados com o relacionamento com a nossa família ou com os nossos vizinhos; e estamos preocupados com idéias e com crenças.

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